sábado, 23 de outubro de 2010


Ele: Senti sua falta hoje na escola, por que você não foi?

Ela: É, eu tive que ir ao médico.

Ele: Ah, mesmo? Por que?

Ela: Ah, nada. Consultas anuais, só isso. Então, o que tivemos em matemática hoje?

Ele: Você não perdeu nada demais. Só um monte de anotações.

Ela: Ok, bom.

Ele: É.

Ela: Ei, tenho uma pergunta.

Ele: Fale.

Ela: O quanto você me ama?

Ele: Você sabe que eu te amo mais que tudo. Por que a pergunta?

Ela: (silêncio)

Ele: Tem algo errado?

Ela: Não, nada mesmo.

Ele: Ok.

Ela: O quanto você se importa comigo?

Ele: Eu te daria o mundo numa batida de coração, se eu pudesse.

Ela: Daria?

Ele: É, claro que eu daria. (parecendo preocupado) Tem alguma coisa errada?

Ela: Não, tá tudo bem.

Ele: Tem certeza?

Ela: É.

Ele: Ok, eu espero.

Ela: Você morreria por mim?

Ele: Eu me jogaria em frente uma bala para ela não te atingir, a qualquer dia.

Ela: Mesmo?

Ele: Mesmo. Mas agora, sério mesmo, aconteceu alguma coisa?

Ela: Não, eu tô bem. Você tá bem, nós estamos bem. Tá todo mundo bem.

Ele: Tá, então.

Ela: Bom, tenho que ir. Te vejo amanhã na escola.

Ele: Tchau. EU TE AMO.

Ela: Também te amo, tchau.

O OUTRO DIA NA ESCOLA:

Ele: Ei, você viu minha namorada hoje?

Amigo: Não. Ela não estava aqui ontem também não.

Ele: Eu sei, ela estava agindo estranho no telefone ontem

Amigo: É cara, você sabe como as garotas são de vez em quando.

Ele: É, mas ela não.

AQUELA NOITE:

(o telefone toca)

Ela: Alô?

Ele: Oi.

Ela: Ah, oi.

Ele: Por que você não foi na escola hoje de novo?

Ela: Ah, eu tinha outra consulta no médico.

Ele: Você está doente?

Ela: Hm, eu tenho que ir, minha mãe tá me chamando.

Ele: Eu espero.

Ela: Pode demorar, te ligo depois.

Ele: Tudo bem então, te amo

(longa pausa)

Ela: (chorando) Olha, acho que devíamos terminar.

Ele: O que?! Por que?

Ela: Acho que é o melhor pra nós dois agora.

Ele: POR QUE?

Ela: Eu te amo.

(ela desliga)

A GAROTA NÃO FOI PRA ESCOLA POR MAIS TRÊS SEMANAS, E NÃO ATENDEU AOS TELEFONEMAS.

Ele: E ai, cara.

Amigo: Oi. E ai, falou com sua ex?

Ele: Não.

Amigo: Então você não soube?

Ele: Soube o que?

Amigo: Não sei se eu seria a melhor pessoa para te contar, então, ligue nesse telefone. (passou um papelzinho para ele)

ELE LIGA NO NÚMERO DEPOIS DA ESCOLA.

Voz: Alô, Suppam County Hospital, aqui é a enfermeira Beckam.

Ele: Ah, eu devo ter ligado no número errado, estou procurando por uma amiga.

Voz: Qual é o nome dela?

(o garoto dá as informações)

Voz: Sim, esse é o número certo. Ela é uma de nossas pacientes.

Ele: É mesmo? O que aconteceu? Ela está bem?

Voz: O quarto dela é o número 646, no prédio A, suíte 3.

Ele: O QUE ACONTECEU?

Voz: Por favor, venha aqui e veja o senhor mesmo, obrigada.

Ele: Espera! Não!

(o telefone já tinha sido desligado)

O GAROTO FOI PARA O HOSPITAL. A GAROTA ESTAVA DEITADA NA CAMA DO QUARTO. ELA PARECIA FRACA.

Ele: Meu Deus, você está bem?

Ela: (silêncio)

Ele: Amor, fala comigo!

Ela: Eu.. eu tenho câncer. Estou em suporte de vida.

Ele: (começa a chorar)

Ela: Eles vão desligar tudo hoje à noite.

Ele: Por que?!

Ela: Eu queria te contar, mas eu não podia.

Ele: Por que não?

Ela: Eu não queria te machucar.

Ele: Você nunca poderia me machucar.

Ela: Eu só queria ver se você sentia o mesmo que eu sinto por você

Ele: ?

Ela: Eu te amo mais que qualquer coisa. Eu te daria o mundo em uma batida de coração. Eu me atiraria em frente a uma bala para te salvar. Eu morreria por você.

Ele:

Ela: Não fique triste, eu sempre vou te amar, estando aqui ou não.

Ele: Então por que você terminou comigo?

Enfermeira: Ei, jovem, o tempo de visita já acabou.

O GAROTO SAI, AS MÁQUINAS DE SUPORTE DE VIDA FORAM DESLIGADAS. ELA MORREU.

Mas o que o garoto não sabia é que a garota só fez aquelas perguntas à ele para poder ouvir ele dizer aquelas coisas uma última vez, e ela só terminou com ele porque ela só tinha mais três semanas de vida e pensou que assim causaria menos dor à ele, dando um tempo para ele esquecê-la antes dela morrer.

NO PRÓXIMO DIA:

O garoto foi encontrado morto com uma arma em sua mão, e com um pequeno papel na outra, escrito:

Eu disse à ela que levaria um tiro por ela, assim como ela disse que morreria por mim.

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